Maior cheia de Porto Velho deixa mais
de mil fora de casa, dizem bombeiros
Nível do Rio Madeira chegou 17,75 metros nesta terça-feira, 18.
Prioridade é retirar famílias das áreas de risco, diz Corpo de Bombeiros.
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O nível do Rio Madeira alcançou, nesta terça-feira (18) a marca de 17,75 metros , em Porto Velho, segundo o Corpo de Bombeiros. A marca é considerada histórica já que ultrapassa a maior já registrada em 1997 de 17,52 metros. O número de pessoas que foram afetadas pela cheia atingiu hoje mais de mil, sendo 350 desabrigados e 711 desalojados, mas esse número pode ser ainda maior, segundo os Bombeiros.
A gravidade das enchentes em Porto Velho foi classificada como de nível 1, numa escala que vai até 3, segundo coronel Lioberto Ubirajara Caetano de Souza, comandante do Corpo de Bombeiros.
O governo de Rondônia reconheceu o estado de emergência há uma semana, assim como o município havia decretado há três semanas. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, quatro municípios foram atingidos pela cheia, incluindo a capital, e nove distritos.
Para atender a demanda de desabrigados, 12 abrigos atendem as pessoas; quatro igrejas e oito escolas. Os bairros mais alagados na capital são: Baixa da União, Mocambo, Cai N´água, Triângulo, Candelária e Nacional.
Para atender a demanda de desabrigados, 12 abrigos atendem as pessoas; quatro igrejas e oito escolas. Os bairros mais alagados na capital são: Baixa da União, Mocambo, Cai N´água, Triângulo, Candelária e Nacional.
Nas escolas onde os desabrigados estão sendo acolhidos, as aulas foram suspensas, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que explica que as famílias são prioridade neste momento.
Cidades mais prejudicadas
Os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, distante cerca de 300 quilômetros da capital, são os mais prejudicados por conta da cheia.
Os municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, distante cerca de 300 quilômetros da capital, são os mais prejudicados por conta da cheia.
Francisco Sanchez Mendonça, chefe da comissão da Defesa Civil em Guajará-Mirim (RO), conta que a rota alternativa criada após a interdição da BR-425 (rodovia que dá acesso à BR-364), por causa da cheia do igarapé Araras, afluente do Rio Madeira, na região do município de Nova Mamoré (RO), não tem condições de receber veículos pesados. O desvio é de 211 quilômetros. Por conta do problema caminhoneiros reclamam que precisam de assistência, pois não existe previsão de quando a estrada será liberada.
A Aeronáutica estuda a possibilidade de criar um posto de abastecimento em Guajará para dar apoio às aeronaves que auxiliam no resgate e entrega de donativos. A única empresa de ônibus que opera Porto Velho-Guajará-Mirim suspendeu as viagens, o que prejudicou o deslocamento de 294 pessoas diariamente. No município de Nova Mamoré, 120 famílias foram afetadas pela cheia do Rio Araras.
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Usinas
Moradores das regiões ribeirinhas (que vivem na margem do rio) afirmam que a cheia do Madeira tem relação direta com a construção das duas usinas em Rondônia: Jirau e Santo Antônio. As assessorias das duas usinas negam qualquer influência na cheia do rio. No dia 13 de fevereiro um protesto foi realizado no Bairro Triângulo e moradores exibiam faixas e cartazes culpando as usinas pela cheia do rio.
Moradores das regiões ribeirinhas (que vivem na margem do rio) afirmam que a cheia do Madeira tem relação direta com a construção das duas usinas em Rondônia: Jirau e Santo Antônio. As assessorias das duas usinas negam qualquer influência na cheia do rio. No dia 13 de fevereiro um protesto foi realizado no Bairro Triângulo e moradores exibiam faixas e cartazes culpando as usinas pela cheia do rio.
As ondas formadas pela força da correnteza (banzeiro) do Rio Madeira ficaram mais fortes a partir da abertura das comportas dos dois empreendimentos, segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). No entanto a CPRM diz que este é um fenômeno natural e está sendo monitorado diariamente.
"Não há nenhum estudo que comprove uma relação entre a usina e a cheia que está acontecendo, que é o que mais causa problema. O que nós estamos fazendo é a medição rotineira de vazão e velocidade do rio", explica Francisco de Assis dos Reis Barbosa, engenheiro hidrólogo da Compania de Pesquisas e Recursos (CPRM). Segundo ele, essas medições farão parte de um banco de dados que dará suporte para o órgão se pronunciar a respeito de influência ou não dos empreendimentos na direção e velocidade dos rios.
Voluntários
Vinte e quatro pontos de arrecadação de donativos foram montados em Porto Velho. De acordo com a secretária de Assistência Social, Josélia Ferreira, o apelo é para água mineral, mas alimentos, roupas, colchões, cobertores, kit de primeiros socorros e material de higiene e limpeza também são necessários.
Vinte e quatro pontos de arrecadação de donativos foram montados em Porto Velho. De acordo com a secretária de Assistência Social, Josélia Ferreira, o apelo é para água mineral, mas alimentos, roupas, colchões, cobertores, kit de primeiros socorros e material de higiene e limpeza também são necessários.
Pessoas que se doam para ajudar pessoas durante a cheia também estão dando atenção à Associação Protetora dos Animais Desamparados - Amigos de Patas. O recolhimento de animais, deixados pelos seus donos, começaram na quinta-feira (13). São 11 voluntários envolvidos no trabalho. Foram salvos cerca de 60 animais. A associação pede que a população faça doações de rações para os animais resgatados.
Lixo
Sobre o lixo que permanece em áreas alagadas, a Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb) afirma que realizou, no início da cheia, um trabalho de retirada do lixo acumulado nas imediações da Feira do Produtor, na Avenida Rogério Weber, e em outros pontos dos bairros Cai N´água e Triângulo, mas que nos últimos dias o trabalho foi suspenso e a rota de coleta reduzida, pois segundo o secretário Ricardo Fávaro, o rio está trazendo lixo de diversas áreas e as máquinas não conseguem mais ter acesso a determinados locais.
Sobre o lixo que permanece em áreas alagadas, a Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb) afirma que realizou, no início da cheia, um trabalho de retirada do lixo acumulado nas imediações da Feira do Produtor, na Avenida Rogério Weber, e em outros pontos dos bairros Cai N´água e Triângulo, mas que nos últimos dias o trabalho foi suspenso e a rota de coleta reduzida, pois segundo o secretário Ricardo Fávaro, o rio está trazendo lixo de diversas áreas e as máquinas não conseguem mais ter acesso a determinados locais.